segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Competência ou Sorte?

Dizem que a sorte é fundamental para toda e qualquer coisa que você for fazer na vida. Mas será que isso é aplicável em Yu-Gi-Oh? Vamos descobrir!




Sorte é um substantivo que pode significar destino, fado, ou um acontecimento casual, que pode ser bom ou mau. A palavra sorte pode ter significados diferentes, usados em diversos contextos, aqui no nosso caso se refere diretamente ao Card Game. Por outro lado, temos a competência que para o sociólogo francês Phillippe Zarifian é tomar iniciativa e assumir a responsabilidade diante das situações profissionais com as quais nos deparamos. Tendo esses dois conceitos, podemos afirmar que vencer “aquela” partida foi sorte ou foi competência?  Nem um, nem outro.

Não existe vitória que não tenha tido sorte e competência trabalhando juntamente para um resultado positivo. Um depende diretamente do outro. Sorte e competência são paradigmas que perduram até hoje. Geralmente são usadas como desculpas de resultados tanto positivos quanto negativos: “Se jogador perde, a afirmação que “a mão estava ruim e ele não pode fazer nada, foi azar” é comum, já se ele vencer, a afirmação de que” ele pensou estrategicamente em tudo” é discurso de vencedor. Isso na realidade não existe. Se você perdeu, não foi só pela sorte ou pela competência, foi justamente pela junção dos dois fatores.

Eu gosto de afirmar que a sorte ajuda quem é competente.  Se você perdeu, foi pelo seu mau cálculo de quais Staples usar. Se você perdeu, foi por colocar cartas a mais no Deck ou a menos. Na vida é preciso ter competência para fazer a diferença, não basta você ter sorte. Você pode usar a Deck List do campeão mundial, regional, nacional, mas se você não souber o que está fazendo vai perder, e o pior de tudo, vai culpar a sorte por não te ajudar quando na realidade quem não deu chance pra sorte foi você. Não é só o saber, mas o saber fazer. Não é só jogar com um Deck, é saber “rodar” o Deck. Sorte é quando preparação encontra oportunidade, se o seu Deck é preparado para enfrentar o Meta Game ele não vai ter azar em Draws, vai rodar fluentemente. Claro, você pode ter um Deck de Shaddoll por exemplo e puxar na First Hand 3 Shaddoll Fusion + 3 Vanitys Emptynes, ou em Lightsworn abrir com 3 Judgment Dragon + 2 Solar Recharge e puxar uma terceira Solar. São coisas que podem acontecer, mas dependendo da organização do seu Deck, as chances para isso acontecer diminuem e a probabilidade de você conseguir combar e abrir com uma mão boa são maiores.

Como aumentar sua sorte?


Sendo competente. Mas até agora foi afirmado isso, então vamos listar 5 maneiras de de aumentar sua sorte sendo competente:

1°: Não exagere na utopia:

Querer que seu Deck faça tudo é algo utópico e que fica para Animes. Não tente atingir um leque muito grande de jogadas completamente diferentes com um único Deck. Se o Deck foi feito para trabalhar com o cemitério, não tente usar cartas que vão banir cemitério ( como Macro e Fissure), se o Deck é para dar um One Turn Kill ( OTK para os mais íntimos) não tente usar cartas que servem para Grindar em excesso. Algo que você pode fazer é explorar sempre a natureza do Deck, trabalhando em sinergia com ele e não fugindo do foco. Assim você evita Dead Draws e evita a “má sorte”.

2°: Não ultrapasse o limite de cartas necessárias:

São raros os Decks que não veem problemas em usar mais de 40 cartas. Creio que nessa lista de raridades o melhor que se encaixa são os Mermails, uma vez que o Deck possui uma natureza rápida e mesmo assim é consistente gerando mão, field e Graveyad. No geral, 40 cartas é o padrão mais aconselhável. E por quê? Se você precisa combar com o seu Deck o mais rápido possível, com 40 cartas você está dando uma chance pra sorte usando um pouco de lógica. Digamos que você precise de uma Tour Guide From the Underworld; em um Deck de 40 cartas levando em consideração 3 TGU no Deck, você tem a chance se começar, de abrir com ela de 3 pra 40, a mão inicial 5 pra 35. Eu não vou fazer cálculos aqui, até porque cálculos é meu nightmare e eu de fato detesto, mas não precisa ser bom de cálculo pra enxergar que quanto mais cartas você por em seu Deck, mais distante do que você precisa você vai estar. Se você usa 50 cartas, vai ter uma open de 5 com 45 no Deck, olha o quão difícil você está tornando a situação e não dando chance pra sorte e sim pro azar. Eu quero citar uma situação aqui que eu me deparei uma vez com uma Deck List. O Deck tinha 43 cartas, sendo que as 3 ultimas eram 3 Upstarts ( Momento Reflexão).

3°: Estude o Meta Game LOCAL:

Vocês devem ter notado que a palavra local no subtítulo está em caixa alta, e não foi erro de digitação não. Eu dei ênfase em local justamente porque o que mais acontece é pessoas assistirem torneios da Allter Reality Games (ARG) ou torneios que acontecem na Europa, enfim torneios que acontecerem fora do local habitual de torneios que você se encontra e se basearem naquele Meta Game. Não está errado, afinal lá estão os Meta Decks, porém mais do que analisar o cenário externo do Meta Game é analisar o formato local. Isso ocorre muito aqui no Brasil, uma vez que a acessibilidade para o Card Game muitas vezes é limitada. Lá fora, podem topar quilos, toneladas de Decks “X”, porém, na sua cidade, na loja onde você joga o que predomina é o Deck “Y”. Se você ignorar o formato local, você vai preparar seu Deck com cartas para bater o formato externo do Meta Game e pode acontecer de você não encontrar ou encontrar em pequena quantidade os tais Decks “X”, logo, seu Side e Main Deck que muitas vezes podem possuir Meta Call serão praticamente inúteis. Afinal, o que vale mesmo a pena é estudar o formato local para competição. Não que estudar o formato dos gringos está errado, muito pelo contrário está certo, justamente para termos noção do que montar e como montar certas Builds, porém o que prevalece quando você se organiza para um torneio é o estudo do Meta Game local.

4°: Estude além de tudo seu Deck:

Essa é uma questão simples. Usar Build que deram certo em torneios ou adaptá-las para o formato local é completamente normal, só que saiba o que está usando e o porquê está usando. Quando você conhece seu Deck e sabe até onde ele pode chegar você faz jogadas com mais segurança, sempre tendo um plano B em mente. Quando você sabe o porquê e quando usar até uma simples Raigeki Break, você vai usar ela com 100% de aproveitamento combando com outros fatores do Deck. Conhecer o Deck e suas jogadas é fundamental para que tal carta não seja um peso morto, ou seja, mal administrada durante a partida. Então não é só sharingar, é também entender. Na faculdade, professores nos orientam a não apenas copiar e sim copiar, ler e entender e se possível fazer uma versão nossa, só assim saberemos o que estamos fazendo e o que estamos deixando de fazer, creio que isso vale pro Yugi também.

5°: A hora H é o segredo

Até agora vimos que para não deixar o resultado da partida ser influenciado completamente pela sorte devemos: Não querer inventar muito, devemos ter um limite de cartas no Deck, devemos estudar o Meta Game local, conhecer o seu Deck. Mas tudo isso pra que? Para que a partida seja favorável a você. E falando em partida, o momento chave da vitória em que sorte trabalha com competência está no momento da sua partida. Desde o momento em que você senta a mesa até o momento em que se levanta você deve estar atento a tudo; atento ao seu oponente, seus Draws, o que ele joga, como ele joga, enfim, você deve estudar o momento e por um instante esquecer o que tem envolta de você.  Não adianta nada você se preparar, estudar o Meta Game local, arrumar seu Deck e na hora da partida congelar e agira feito um novato sem saber o que está fazendo. Sei que isso vai muito além de preparo de Deck, isso engloba um preparo psicológico, mas tente focar no objetivo. Ser um jogador na hora da partida é fundamental, não deixe se levar pelo nervosismo e se atenha à partida.
Caso você siga esses 5 passos simples, vai poder usar a sorte como um bônus da sua competência. Sim, nosso Card Game é feito de sorte, mas pra que depender dela 100%? Pra que depender apenas de sorte se você pode ajudar sendo competente e tiver total controle do rumo da partida. Saber o que adicionar com o Spellbook of Secrets, saber o que voltar pro topo do Deck com uma PWWB, saber qual monstro destruir  antes de encerrar a Battle Phase, tudo isso vai influenciar em um resultado na partida, até saber reagir diante de um Dead Draw pode mudar o rumo da partida, blefe existe para ser usado. Existem claro, vários outros fatores pessoais que podem influenciar também, mas se tratando de sorte e competência que é o foco principal dessa postagem, creio que consegui resumir bem uma analogia do competitivo de Yu-Gi-Oh!

Considerações Finais...


Player Skill. Agora falando como um jogador de Yugi mais ou menos 5 anos, eu acredito que acima de tudo as pessoas possuem habilidade ( Player Skill/ PS) antes de sorte. Sorte é uma consequência do preparo que você teve antes de realizar tal ação. Claro, como Yugi é um jogo de cartas, a sorte está aí, não gosto de dividir 50% sorte e 50% PS, justamente porque não são a meu ver duas coisas separadas. Sorte anda junto com ações, se você não as calcula de maneira coerente e não estrutura seu Deck de maneira correta, você jamais terá sorte.


Então é isso galera, eu quero agradecer quem leu o artigo até aqui e fico muito feliz por terem lido. Desculpem a demora pra voltar a postar é que estou no ultimo ano de faculdade e divido o tempo com Namorada/Faculdade/Casa/ Yugi, mas sempre estou tentando dar o meu melhor. Se tiverem dicas, opiniões, discordam de algo escrito, peço que  se sintam livres para comentar, opiniões sempre serão bem vindas. Desejo tudo de melhor pra vocês, se cuidem e até a próxima. Valeu, falou! 

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