Iae galera, o que significa para você a palavra FOFA? E o que tem a ver FOFA com Yu-Gi-Oh!?Vamos ver nessa matéria uma relação entre essas duas palavras que você jamais imaginou! Boa leitura.
Galera, esse artigo apesar do nome não é cômico, mas sim
sério e de grande interesse da comunidade jogadora de Yu-Gi-Oh! (Prefiro usar
esse termo a Duelistas, sei lá o porquê). O projeto FOFA é algo que eu bolei
após algumas aulas de Planejamento Técnico e eu creio que possamos usar no nosso
Card Game. Vou explicar da maneira mais clara possível qual é o objetivo
principal desse projeto.
FOFA significa: Força, Objetivo, Fraqueza e Ameaça. Quatro pontos que são essenciais na hora de você montar seu Deck para um torneio grande/ importante. Muitas vezes, você acaba analisando alguns pontos sem mesmo notar. Quando você se prepara para um evento você escolhe um Deck que possa competir no formato (Força), analisa quais combos ele deverá executar durante as partidas (Objetivo), analisa qual é maior deficiência dele, onde ele infelizmente pode travar ( Fraqueza), ), e por fim vê quais Decks ele tem desvantagem ou cartas que podem gerar desvantagem(Ameaças). Vamos analisar cada ponto e sua singularidade abaixo:
Força:
Antes de ingressar em um torneio importante, você deve analisar o que seu Deck
pode fazer contra o Meta, pois se subentende que em torneios de importância players optem por usar Meta Decks. Visto isso, você analisou a força que seu
Deck pode ter diante de gigantes Metas do formato. Não é algo incomum, talvez
um dos pontos mais comuns e automáticos que fazemos ao montar e estruturar um
Deck para um torneio é analisar sua força. Vale levar em conta a seguinte linha de pensamento:
Se o seu Deck é um dos Metas: Analise se ele está bem estruturado
para o torneio, visto que provavelmente você irá enfrentar Mirror Matchs.Também não
se pode ignorar Decks que não são metas, pois esses te surpreendem na hora do
Game 1. Então esteja preparado para os dois.
Se o seu Deck não é um Meta Deck: Se o seu Deck não faz parte do Meta do formato atual, vale a pena pesquisar por um Deck que tenha uma velocidade e consistência dos Decks metas para poder competir de igual para igual. Tendo sempre em mente o formato prevalecente.Assim você pode escolher e ver em que ponto seu Deck pode chegar, medindo a força dele perante outros Decks, geralmente perante os mais fortes do formato.
Objetivo:
Não só no Yugi, mas em tudo na vida precisamos ter um objetivo para poder
trilhar o caminho certo até ele. Quando for montar o seu Deck para competir,
defina um objetivo. Com o objetivo definido, a adaptação de cards aos combos
fica muito mais fácil e não necessariamente precisa ser um objetivo, um Deck
pode vários objetivos em torno de uma mecânica. Pronto, chegamos onde eu queria
chegar.
Um Deck pode possuir vários objetivos, mas geralmente apenas
1 ou no máximo 2 mecânicas, vamos usar como exemplo os Lightsworns. Eles
possuem uma mecânica de jogo simples a principio: O Deck irá enviar cartas do
topo do Deck para o cemitério. Porém, o objetivo dele não é só invocar um
Judgment Dragon, invocar o JD é um dos objetivos, ele pode ter como objetivo
enviar o Eclipse pra depois invocar os Rulers, ele pode ter como objetivo de
jogada fazer Lightray, ele pode ter como objetivo rodar o Michael como Boss
principal, enfim, ele possui vários objetivos em torno de uma mecânica. No caso
dos Tellarknights, eles possuem a mecânica em torno do Graveyard, fazendo
Altair + Deneb, Altair + Vegamm, enfim a mecânica do Deck é invocar do
Graveyard e descer um spam de Level 4 abrindo um leque para o Extra Deck. Ou
seja, vimos a mecânica do Deck e então podemos ver que o objetivo do Deck é
descarregar Rank 4 no oponente, tendo como sua ignição de combos, o Altair
(quase sempre).
Como visto nos exemplos acima, quando você traça um objetivo
no Deck, você configura uma mecânica pra esse objetivo, configurando uma
mecânica para realizar com sucesso tal objetivo, você deixa seu Deck sólido e
leve para “rodar” melhor durante a partida.
Fraqueza:
Pois é, nem só forças um Deck vive. Chegamos a um ponto que não é tão legal, é
a fraqueza do seu Deck com ele mesmo. Ué, ficou confuso? Pois bem, digamos que
é um ônus que o seu Deck precisa ter para chegar ao seu objetivo. Isso é muito
comum tanto no Yugi quanto na vida aqui fora. Às vezes em um trabalho temos que
deixar de comprar tal coisa, deixar de sair, aguentar o patrão (ao), enfim,
temos que fazer sacrifícios para um harmonia acontecer, no Yugi, isso não é
diferente, vamos exemplificar:
- No Mermail, as pessoas costumam usar o Genex Undine, talvez uma das melhores cartas do Deck já que envia como custo (o que é melhor ainda) qualquer Water do Deck, dando ignição pra muitos efeitos que podem definir a partida, até aí tudo lindo, só que pra usar esse efeito você precisa sacrificar 3 Slots ou 2, depende do gosto de cada um, para usar 3 cartas praticamente inúteis no Deck: Genex Controller. Controller é Tuner, Dark, Lv 3, não é totalmente inútil por ser Tuner. Jogadores de Mermail possuem essa fraqueza no Deck, precisam levar o Controller para usar o Undine, e dar múltiplas Draws de Controllers não é bom, por isso alguns usam Allure of Darkness, pra concertar isso.para outros Decks
- Indo para outros Decks, vamos para as variações com Artifact. Sanctum é uma das melhores Traps já inventadas, pois é eu me arrisco a dizer isso porque ela traz um Artefato do Deck, geralmente um Moralltach e esse artefato irá dar um out no oponente e caso a Sanctum for destruída pelo seu oponente, você ainda poderá destruir uma carta em campo. Boa não? Summon Extra, Out delicia, tudo maravilha, se não fosse ... ter que usar os Artefatos. É meio paradoxal isso não? Você dar uma Draw em um Moralltach ou um Beagalltach é ruim, muito ruim. A não ser que você esteja jogando com um Shaddoll que ainda pode fazer algo, dar Draw de Morall é ridículo, mas você precisa usar ele pra usufruir da Sanctum.
Isso é a fraqueza no seu Deck, às vezes você precisa usar
coisas em seu Deck que não são boas sozinhas, mas que são extremamente fortes
em conjunto de outras cartas. Às vezes você precisa usar um Pot of Duality em
um Deck que é voltado pro Special Summon, mas é lento de inicio. E como
resolver isso? Não é tão simples assim. Assim como Mermail usar Allure pra
remover o Controller caso de Draw nele e algumas variantes de Artefato usa o
Beagalltach e/ou Double Cyclone para tirar aquele Morall morto no seu campo,
você precisa achar uma maneira de compensar aquela escolha de suporte e isso
vai de jogador pra jogador, de Deck para Deck, não é um padrão e deve ser
decidido durante a montagem do Deck final, mas sempre priorizando as jogadas
principais do Deck, se não vira uma salada de fruta.
Ameaças:
Chegamos a um ponto legal da matéria. Eu gosto de discutir ameaças de um Deck,
afinal, é analisando elas que podemos fazer a diferença com a nossa Build. Se
pararmos para pensar, toda Deck List que faz, digamos 9-0, 9-1, ou que ganha o
torneio, tem algo diferente e inovador que surpreende os adversários. E como o
jogador chegou naquela Build “inovadora”? Ele analisou as ameaças do Deck e fez
um Meta Call.
Meta Call é quando você coloca tal carta em seu Deck e/ou Side Deck apostando que vai enfrentar tal Deck no torneio. O problema do Meta Call é que não tem meio termo, ou você faz um Meta Call que não seja especifico (pelo menos no Game 1) pra um Deck e consiga rodar esse Meta Call contra vários Deck ou você faz um Meta Call colocando cartas pra digamos, 2 ou 3 Decks Metas e acaba que não parando nenhum porque seu Deck virou uma salada de Counters de Decks que não roda e não trava ninguém. Aí entra a experiência do jogador em adaptar um possível Metal Call no Deck de forma que não atrapalhe a sinergia do mesmo.
Algo além de Meta Call é a consciência de que meu Deck tem
desvantagem contra tal Deck. Se o seu
Deck tem uma desvantagem natural contra certo Deck, a resolução do problema
está no Side. Vamos lá: Mermail tem um problema contra Macro Cosmos/
Dimensional Fissure/Soul Drain. É horrível você jogar de Mermail e tomar um
Macro Cosmos de Side. O que Mermail faz para evitar isso? Sobe 3 Mystical Space
Typhoon de Side(caso não leve eles de main) ou pelo menos, sobe alguma Twister
ou alguma coisa que tire essas cartas Face-Up.
Você concerta as ameaças do teu Deck geralmente no Side,
pois a ameaça do teu Deck geralmente vem no Game 2 com o Side do oponente. Mas,
não podemos Sidear pensando apenas no Side do oponente, temos claro, que Sidear
com as fraquezas do Deck do oponente. E por isso, é tão complicado montar um
Side Deck, pois você tem que corrigir a fraqueza daquela partida, você tem que
gerar fraqueza no Deck do oponente e como se não bastasse, você tem que manter certa
sinergia no seu Deck pra que ele não se desmonte em Side. Complicado né?! Olha
que eu nem citei ameaças em uma Mirror Match.
Analisando o que o projeto FOFA tem a oferecer, podemos
concluir que montar um Deck para um torneio não é coisa de 15 minutos, 1 hora e
sim dias. Isso mesmo, você precisa de pelo menos, no mínimo, 1 semana pensando
e testando seu Deck para daí sim arriscar um torneio. É muita coisa pra se
analisar, muito detalhe que você tem que prestar atenção pra não se dar mal lá
na frente no torneio e seu Deck travar por um erro bobo, por uma carta
deslocada.
Bom jovens, é isso aí, agradeço a quem leu até aqui a matéria,
eu fiz isso pois é essa uma linha de estruturação que busca a lógica como base
fundamental na hora de montar seu Deck e competir, então creio que seja uma
linha de pensamento válida. Não esqueça de deixar suas ideias, suas opiniões,
sempre serão bem vindas e muito importantes também! Grande abraço à todos
vocês, tudo de melhor sempre, valeu, falou!
- Aquela hora que você colocar uma carta no deck e se pergunta porquê aquela por%$ tá ali, já que nunca dá certo, é a realidade. Somos Builders, temos que montar decks que tirem o maximo as "dead draw". Mano, ótimo artigo. Sua análise foi tão boa que deveria fazer um livro sobre. Parabéns e continue, mesmo que seus Nobles levem side. Um abraço.
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